Educando através do cinema
Psicóloga explica como os filmes podem se transformar em ferramentas educativas
O cinema tem sido um dos grandes produtores de material que tem possibilitado ao professor propor diferentes alternativas para prender a atenção do aluno e complementar na hora da aplicação de seus conteúdos. As vídeos-aulas possibilitam ao professor um meio atrativo e diferenciado na hora de ministrar suas aulas. Contudo fomos conhecer o impacto do uso do filme em sala de aula e as recomendações sobre sua utilização.
Conversamos com a psicóloga especialista em educação Kátia Beal, que explica como funciona esse processo no aprendizado do aluno: ”O uso do filme em sala de aula pode sim ser uma boa alternativa, mas não isolada, pois, na maioria das vezes eles não representam a verdadeira realidade, por isso a importância do professor explicar a teoria, preparar um estudo sobre os pontos a ser analisando para assim direcionar as discussões posteriores, e somente depois usar o material como um complemento e não como a única metodologia aplicada. Dessa forma o recurso funciona porque faz com que as pessoas pensem e avaliem o que está sendo mostrado”.
Quanto à idade a psicóloga não vê restrições em usar esse tipo de material, segundo ela não existe um consenso, mas o aconselhável é a partir do desenvolvimento da linguagem, dependendo do conteúdo que o professor quer mostrar. Com um ano e meio idade as crianças já começam assimilar e seguir exemplos e nessa idade Kátia recomenda filmes infantis de curta duração, desenhos e filminhos que mostram o dia-a-dia da criança, a relação entre irmãos, filminhos que contam as historias infantis e os contos de fada para assim estimular o desenvolvimento emocional, claro que sem nenhum exagero ou como único conteúdo metodológico. Afirma a psicóloga.
Outro fator que a ela analisa na aplicação desse tipo de metodologia é o cuidado na hora de selecionar os filmes a serem usados, já que a variedade disponibilizada no mercado é ampla, Kátia cita que é importante o professor assistir e avaliar o conteúdo do filme, verificando se não contêm cenas impróprias, a classificação da censura, cenas que possam vir a ofender alguns alunos como questões raciais, culturais, religiosas e até mesmo sexuais. E segundo a psicóloga deve ser levado em conta ainda as condições oferecidas para que os alunos possam absorver o conteúdo a ser transmitido. Ela analisa que é necessário ter uma sala adequada, com TV, vídeo ou DVD, com bom áudio e imagem, cadeiras e mesas que possibilitem fazer anotações para posteriormente discutir o tema abordado no filme.
Para entender como se funciona um conteúdo aplicado através de um vídeo, Beal explica que as pessoas podem ser mais visuais, mais auditivas, ou seja, elas utilizam as habilidades que lhes são melhores para a percepção e com a aplicação desse recurso audiovisual a possibilidade de absorção é grande por parte do aluno, porém a psicóloga chama a atenção para um fator muito importante, devido essa capacidade que o aluno tem de absorção de conteúdos assistidos é preciso que o professor tenha a sensibilidade e o preparo para selecionar sempre o que esta dentro dos conteúdos que precisam ser trabalhados e de forma a mostrar o que é certo e o que é errado. Para Kátia tanto pais quanto professores são o modelo, o exemplo a ser seguido e um conteúdo mal aplicado pode distorcer a realidade das coisas ou então enfatizar o que não deveria já que as crianças estão em fase de aprendizado e os adolescentes estão na fase das descobertas e definições de suas vidas, então qualquer interpretação errada pode ser prejudicial, conclui a psicóloga.
Por Vanderli Silvestre - Especial para o Rio Verde Agora