Governo vai construir novas delegacias

Estado quer melhorar atendimento da Polícia Civil


Goiás possui atualmente cerca de 300 delegacias. Muitas funcionam em prédios improvisados e com estrutura precária (felizmente, Rio Verde não se enquadra aqui, já que a prefeitura reformou um prédio bem aparelhado para a Polícia Civil). Diante desse quadro, a Polícia Civil vem fazendo um levantamento para saber quantas unidades podem ser reformadas e quantas precisam ser construídas. Há uma estimava de que pelo menos 10 delegacias em Goiânia e 14 no interior  necessitam de prédios novos. Os  distritos policiais que serão construídos vão ter um modelo padrão. O projeto arquitetônico já está pronto. Cada delegacia terá 1.250 metros quadrados e vai custar cerca de R$ 500 mil.

Além de melhorar a estrutura física, a Polícia Civil pretende mudar o atendimento nas delegacias. A primeira alteração será feita nos plantões. Serão criadas Centrais de Flagrantes 24 horas. Hoje, algumas delegacias já funcionam dia e noite. A ideia é concentrar o registro de ocorrências em um único local, para agilizar o atendimento.

As primeiras Centrais de Flagrante serão implantadas em Aparecida de Goiânia e Anápolis. Nos dois casos, o Estado vai contar com o apoio das prefeituras, que vão ceder os prédios. As unidades devem começar a funcionar ainda em fevereiro. As delegacias vão continuar com plantões noturnos, mas fazendo apenas o trabalho de investigação. Quando precisar registrar uma ocorrência, a população terá que procurar a Central de Flagrante.

Em Aparecida de Goiânia, a central deve priorizar o atendimento à mulher e ações para reduzir os índices de homicídios, muito elevados na cidade. A proposta é colocar os policiais para acompanhar o crime do início ao fim, dando todo o apoio necessário às vítimas e aos familiares.

Segundo o delegado geral da Polícia Civil, Edemundo Dias de Oliveira, 64% da demanda das delegacias ocorrem nos plantões: à noite, aos fins de semana e feriados. “É justamente nesses períodos que a polícia está deficitária. Com as Centrais de Flagrante, vamos reestruturar os plantões para dar uma resposta rápida à sociedade”, reforça Edemundo.

A capacitação dos policiais é outra prioridade da diretoria. As mudanças começam pela Academia da Polícia Civil, responsável pelo treinamento dos profissionais, que vai ganhar uma sede nova. O prédio em construção no Jardim Bela Vista, em Goiânia, deve ser inaugurado até o meio do ano. A academia vai funcionar como um observatório internacional. A polícia goiana irá interagir com corporações de outros estados e do exterior.

A previsão é de que a nova academia seja inaugurada ainda no primeiro semestre de 2011. Logo depois da inauguração, a diretoria pretende ampliar os convênios com as universidades para treinar os policiais. Há a intenção de trazer professores de outros estados e até de outros paises para melhorar a qualificação do efetivo.

Polícia Cidadã
A diretoria geral da polícia civil pretende criar  também a Polícia Judiciária Cidadã. O primeiro passo será a nomeação de um delegado para implantar o projeto. A proposta visa aproximar a polícia da comunidade, permitindo que o cidadão possa acompanhar todo o processo de investigação em que está envolvido.

O processo de licitação para compra de equipamentos para a Polícia Judiciária Cidadã já foi aberto. A novidade deverá ser implantada nos próximos meses. Segundo o delegado geral, quando a vitima tiver dificuldade de locomoção não vai precisar ir à delegacia para registrar a ocorrência. Uma equipe da polícia irá à casa dela fazer o registro.

Combate às drogas
O combate ao tráfico de drogas é um dos grandes desafios da Polícia Civil. O Programa Ser Livre, lançado no mês passado, tem como objetivo reforçar o trabalho de prevenção. O projeto prevê a realização de pesquisas, cursos, palestras e atendimentos. O trabalho é desenvolvido por policiais civis, voluntários, servidores públicos de diversas áreas e representantes de organizações não-governamentais, já treinados pela Academia da Polícia Civil.

O Programa Ser Livre vai firmar parcerias com órgãos governamentais nos três níveis e esferas de poder, além de entidades da sociedade civil organizada. As parcerias devem incrementar ações para promover a redução do uso e do tráfico de drogas no Estado. O projeto vai reforçar o trabalho de investigação e prisão de traficantes que agem nas portas das escolas.

Em janeiro, a polícia apreendeu 70 quilos de pasta base de cocaína em Goiás, durante quatro operações realizadas em Goiânia, Aparecida, Luziânia e Itumbiara. De acordo com o delegado geral Edemundo Dias as apreensões já são  resultado do Programa Ser Livre. “Nós  temos que combater duramente o traficante. Vamos ter um trabalho voltado para a repressão e a prevenção, fazendo uma rede social utilizando igrejas e outras instituições para combater esse mal social que nós temos”, afirma.

Fonte: Agecom

Compartilhe

Comente: Governo vai construir novas delegacias