Mortal Kombat 11 é o melhor e mais violento game da franquia

Game traz jogabilidade impecável, gráficos de ponta e as cenas de violência explícita que marcaram a série da NetherRealm


Mortal Kombat 11 é o mais novo capítulo da famosa franquia de luta da NetherRealm. Com versões para Xbox One, PS4, PC e Nintendo Switch, o título aposta em uma nova história, um inovador sistema de personalização, o retorno do modo Kripta, e a boa e velha jogabilidade que consagrou a franquia. Confira o review:

Corrigindo erros do passado
A história de Mortal Kombat 11 busca, literalmente, corrigir os erros do passado. Se no enredo do game isso é feito pela nova vilã do game: Kronika, a deusa que controla o tempo, na prática é uma nítida prova de que nem mesmo a NetherRealm ficou satisfeita com o que foi apresentado nos últimos jogos, e procurou focar os esforços em corrigir todo o enredo da franquia. 

A ideia é interessante, e realmente funcionou. Nela, temos Kronika tentando refazer o passado e corrigir os erros de Raiden depois de assassinar Shinnok. Para isso, ela invoca lutadores de diferentes períodos do tempo para que possam buscam um fim digno para seus respectivos reinos. Essa também é uma bela desculpa para reunir versões diferentes dos mesmos personagens no jogo, já que o título traz um sistema de skins e modificações no qual falarei mais adiante.

Para os fãs mais antigos, Mortal Kombat 11 traz uma história que apela para o lado nostálgico. Durante o enredo, você reencontrará personagens clássicos, como Sheeva, Cyrax e Sektor. Curiosamente, esses três não estão presentes no game até a data de publicação do review, mesmo com alguns até participando de batalhas e sendo seus oponentes. Entretanto, assim como nas suas últimas versões, o jogo terá conteúdo por DLC, e há grandes chances deles serem incluídos nessas atualizações.

Entretanto, a forma com que a história é contada é um tanto longa. Mais de 80% dela é formada por cenas de animação que antecedem uma ou duas batalhas. Sem contar em deslizes no enredo e tentativas frustradas de criar emoções em situações bem forçadas. Mas, convenhamos, ninguém espera encontrar um enredo digno de um Oscar em um jogo de luta, não é mesmo?

Combates ainda melhores
A jogabilidade de Mortal Kombat sempre foi uma das referências ao gênero. Ao invés de apostar em uma mecânica clichê de, por exemplo, defesas movimentando o personagem para trás, ou golpes especiais feitos de uma forma mais complexa, a franquia sempre optou por comandos simples para executar um golpe especial, como um movimento para frente e para trás, ou dois toques para frente e um soco.

Em sua mais recente versão, o jogo mantém boa parte desses comandos, sendo um dos melhores jogos de entrada para aqueles que não são familiarizados com videogames e seus joysticks cada vez mais complexos. Se não bastasse, o próprio conjunto de tutoriais inclusos no jogo faz com que os comandos sejam minuciosamente explicados, ao ponto de me arriscar a dizer que é um dos mais eficazes de todos os tempos.

Ao mesmo tempo, MK 11 também agrada os jogadores mais exigentes, que buscam aperfeiçoar seus combos e criar um estilo de jogo próprio. Há um leque variado de movimentos que podem ser adaptados, desde sequências de socos e chutes, até voadoras, agarrões e finalizações com golpes especiais. Ainda sobre esses movimentos, a NetherRealm atendeu ao pedido de seus jogadores e trouxe duas barras de especial separadas para defesa e ataque. Sendo assim, você pode gastar cada uma delas para o movimento desejado e não mais ter que sacrificar um ataque seu em prol da defesa, ou vice-versa.

Outro movimento inédito no game é o Fatal Blow. Com ele, quando sua energia estiver perto do fim, é possível realizar um ataque devastador (e bem violento) que arranca boa parte da barra de energia do seu oponente. Entretanto, só é possível aplicar o movimento uma vez a cada luta, independente da quantidade de rounds que ela tiver.

Para completar, o também inovador Sistema de Personalização faz com que jogadores consigam moldar um personagem de acordo com seu gosto. É possível remover e adicionar determinados movimentos especiais, fazendo com que ele seja mais específico para uma estratégia de combate, como, por exemplo, mais focado em golpes à distância, mais eficiente para combos, e por aí vai.

Sistema de personalização
A grande novidade de Mortal Kombat 11 é o seu enorme sistema de personalização. Para quem já jogou Injustice 2, fica bem mais fácil entender a proposta da mecânica. Mas para os marinheiros de primeira viagem, posso resumir dizendo que é um inovador sistema onde você pode personalizar os lutadores de acordo com o seu gosto, tanto na parte estética quanto na jogabilidade.

Vou utilizar o clássico Scorpion como exemplo para explicar o seu funcionamento. O personagem pode optar por utilizar movimentos especiais como soprar fogo em seus oponentes e causar um dano considerado, ou optar por usar seu famoso arpão para um ataque múltiplo que pode ser agregado a um combo. Essa personalização cria diferentes estratégias, que podem ser alocadas em até cinco espaços na hora de selecionar o seu personagem.

Já na parte estética, ainda usando o ninja amarelo como exemplo, é possível optar entre diferentes equipamentos, cada um com vantagens e aparências diversificadas. No caso de Scorpion, é possível mudar sua máscara, suas espadas e sua lança. Até a presente data, há um total de 30 itens a serem desbloqueados, mas a tendência é que esse número aumente em futuras atualizações.

Embora seja um tanto complexo no início, aos poucos eu pude me familiarizar com toda a mecânica de troca e evolução. E posso dizer que, mesmo bebendo da mesma fonte de Injustice 2, é um sistema inovador e que pode criar um padrão para outros títulos do gênero, tendo em vista que muitos já fazem algo parecido, mas não de uma maneira tão bem elaborada.

Modos de jogo
Mortal Kombat 11 traz um bom leque de modos de jogo. Além do História, há também as já conhecidas Torres, que funcionam como uma espécie de modo Arcade. Nelas, é preciso enfrentar uma série de oponentes até a chefe Kronika e desbloquear o final do personagem que você está jogando.

As Torres Clássicas permitem jogar contra cinco, oito e doze oponentes, ou se aventurar em uma escalada sem fim, até a sua derrota. Já as Torres do Tempo trazem eventos periódicos onde no final há uma recompensa específica.
No Multiplayer, há o tradicional 1x1 onde você pode jogar contra a CPU ou um adversário local, além de confrontos online e do Modo Torneio. Nele, você encara um oponente real, mas com as configurações de torneio ativadas.

Por fim, há também a Batalha de IA. Nela, você deve enviar um grupo de até três lutadores (personalizados ou não) para encarar outro grupo de outros jogadores. Ambos são controlados pela CPU, permitindo apenas assistir às batalhas como um mero espectador. A vantagem é que essas lutas também geram pontos de experiência e moedas como um confronto normal.

A Kripta está de volta!
O modo que foi lançado em Mortal Kombat X, chega à nova versão reformulado. Agora todo em terceira pessoa, você precisa cruzar a Ilha de Shang Tsung, icônico cenário do jogo, atrás de baús e recompensas para liberar novos itens de personalização, modificadores, equipamentos, e até Fatalities secretos.

A Kripta ainda mantém o sistema de utilização de moedas virtuais para que esses baús sejam conquistado. O problema é a dificuldade para conseguir estas moedas, já que a única forma de consegui-las é jogando (e muito) os outros modos de batalha. A própria história, que leva mais de 5 horas para ser concluída, só fornece cerca de 100 mil moedas, o que só permite comprar em torno de 10 a 20 baús.

A forma mais "eficiente" de conseguir abrir todos esses baús é optando pelas microtransações. Apesar de não ser uma prática ilegal, é um tanto frustrante saber que um dos pesadelos da atual geração de consoles também está presente em Mortal Kombat 11.

Visual impactante e dublagem que agrada
Mortal Kombat sempre foi uma franquia que prezou pela estética, ou seja, que sempre procurou impressionar na sua parte visual. Desde a geração anterior, seu títulos andam um passo a frente de outros concorrentes do gênero no que diz respeito ao seu visual - mesmo sendo explícito até demais nas cenas mais violentas.

Em MK 11, o capricho da NetherRealm é visto em praticamente todos os momentos, seja nas animações do jogo, nas batalhas, e até mesmo revirando estômagos com seus Fatalities mais violentos do que nunca. E esse visual ganha um elemento a mais na versão para PC, onde os gráficos possuem um capricho maior.

É de impressionar o acabamento de cada uma das skins à disposição dos jogadores para personalizar seus lutadores. Tanto na parte de seleção, como na batalha rolando, chama atenção cada elemento minuciosamente desenhado. Os cenários também impressionam, com muitos deles trazendo um elemento de nostalgia, como o devastado lar de Goro e a destruída Ilha de Shang Tsung. Reencontrar essas fases foi como voltar à cidade onde você cresceu décadas depois.

E em relação à parte sonora, MK 11 também acertou na hora de localizar o game. Em vez de dublagens com celebridades, a Warner optou de uma forma muito assertiva em utilizar apenas profissionais do ramo. O resultado agrada bastante, principalmente no modo História, onde há muitos diálogos entre os personagens, todos bem convincentes e com a presença de vozes conhecidas do público brasileiro.

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