Atari: um clássico eterno

Mesmo depois de mais de 20 anos sem ser fabricado, vídeo game ainda ocupa espaço no coração dos gamers


Os mais jovens provavelmente só ouviram falar, mas que é gamer há mais tempo lembra e sente saudades de um dos maiores fenômenos de vendas da história dos videogames: o Atari. Lançado nos Estados Unidos em 1983, o Atari logo se transformou em um dos maiores sucessos já vistos. Ele era onipresente. Seu concorrente no Brasil, o Odyssey, não tinha um décimo da popularidade do Ataria na época.
 
Entretanto, entender como esse fenômeno se traduziu no Brasil é um pouco mais complicado. Em 1984, foi criada no nosso país uma lei que ficou conhecida como “Reserva de Mercado”, o que proibia a importação de várias mercadorias, principalmente eletrônicos (computadores e videogames). Por isso, o Atari não era importado diretamente dos Estados Unidos, nos mesmos moldes que acontece hoje com o Xbox 360 e o Playstation 3. O Atari era produzido no Brasil pela Polyvox, que detinha os direitos do fabricante em nosso país. No entanto, a fabricação de videogames Atari não era exclusividade da Polyvox. A CCE lançou o Supergame, e diversos outros “clones” surgiram, rodando a mesma plataforma e os mesmos jogos. Isso fez que várias fabricantes produzissem os cartuchos de Atari, o que aumentou a concorrência e derrubou os preços. Isso popularizou ainda mais o Atari no Brasil. Até o final dos anos 1980, ter videogame era sinônimo de possuir um Atari.
 
Os jogos de Atari, embora pareçam obsoletos se comparados aos jogos atuais, eram impressionantes na época. River Raid é até hoje um dos maiores símbolos de jogos de tiro e aeronave que já surgiram. Pitfall é uma franquia que depois foi adaptada para o Nintendo e até mesmo para o Playstation. Podemos considerar Pitfall um dos precursores de Uncharted, clássico recente do Playstation 3. O controle do Atari também é algo que nunca mais foi produzido. Possuía uma alavanca em que se fechava a palma da mão para manipulá-la. Em alguns jogos (como Decathlon), era comum o jogador sair com todo o braço doendo, tamanho era o esforço físico. Nessa época, videogame ainda era considerado “coisa apenas para crianças”, mas até mesmo jogos adultos (como X-man) foram produzidos. Claro que os gráficos não eram grande coisa, mas a imaginação da molecada parecia ser mais fértil do que hoje em dia.
 
A Atari, infelizmente, não conseguiu tocar o barco da evolução eletrônica. Enquanto nos Estados Unidos os primeiros microcomputadores pessoais começavam a fazer sucesso, a Atari já via sua concorrente, a Nintendo, lançar um videogame mais poderoso e com grande variedade de jogos. Era o fim do Atari. Embora a companhia tenha continuado e produzido alguns jogos, o charme de toda uma época morreu por volta do ano de 1988.

Vídeo

Fotos

Imagem de Atari: um clássico eterno Imagem de Atari: um clássico eterno Imagem de Atari: um clássico eterno

Compartilhe

Comente: Atari: um clássico eterno