Mulheres têm influenciado avanços tecnológicos e científicos por toda a história

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Por Karlla Ribeiro

Basicamente todos os dias, desde que acordamos, nos conectamos ao mundo digital. Acessamos nossas redes sociais, conversamos com amigos e familiares pelo Whatsapp, lemos notícias e assistimos a filmes e seriados de nossa escolha pelas plataformas de streaming, como a Netflix. Isso só é possível porque a inovação tecnológica evoluiu a tal ponto que nos permitiu o acesso a internet por redes sem fio, o Wi-Fi, algo tão rotineiro e comum para muitos.

O que poucos sabem é que tal invenção, que muitos de nós não imaginamos viver sem, foi inicialmente pensada por uma mulher: Hedy Lamarr. Além de extrema inteligência, Lamarr possuía um imenso talento para atuação, sendo reconhecida por seu trabalho nas telas muito mais do que por seu espírito científico. Aliás, o projeto que Hedy iniciou não interessou muito ao governo norte-americano à época, impulsionado pelo fato de que a atriz era considerada um ícone sexual, algo que não combinava com os padrões da inventividade científica.

Mulheres têm influenciado avanços tecnológicos e científicos por toda a história. Já na Antiguidade Clássica, a atuação feminina se destacava. Agnodice, por exemplo, foi a primeira mulher a ser mencionada nos livros de tradição grega, por Homero. Obteve destaque na medicina, exercendo a profissão disfarçada em roupas masculinas. Ao ser descoberta, o reconhecimento por seu trabalho feito de forma exímia fez com a lei de proibição do exercício da medicina por mulheres fosse abolida. Nesta mesma época houve mulheres como Aglaonice, que se destacaram na astronomia, realizando estudos que viriam a desenvolver técnicas para prever eclipses lunares.

Recentemente, o reconhecimento da presença feminina nas ciências e tecnologia passou a ser tema de filmes como Estrelas Além do Tempo. A obra trouxe às telas as histórias de Katherine Johnson, Mary Jackson e Dorothy Vaughan, matemáticas e cientistas que realizaram trabalhos na NASA e ajudaram a impulsionar o desenvolvimento da engenharia espacial nos EUA em plena Guerra Fria, estando envolvidas em projetos como Apollo 11, responsável por levar o primeiro homem à lua.

Exemplos não faltam da importância do trabalho de inúmeras mulheres na evolução científica. De fato, a programação, responsável pelo funcionamento de computadores e celulares, foi originada por uma mulher. Ada Lovelace, no século XVII, desenvolveu o primeiro algoritmo a ser processado por uma máquina, sendo considerada a primeira programadora da história, escrevendo artigos inclusive sobre a relação entre os indivíduos e a tecnologia, já demonstrando um avanço no que viria a se tornar um dos ramos de maior desenvolvimento em nossa atualidade.

Ainda que haja enorme influência de mulheres em projetos que marcaram nossas sociedades, a presença feminina se encontra diminuída em campos de destaque nas ciências, tecnologia, engenharia e matemática. Para se ter uma ideia, o relatório sobre igualdade de gênero, emitido pelo Fórum Econômico Mundial, revelou, em 2018, que no ramo da inteligência artificial, o número de mulheres inseridas em pesquisas e realizando trabalhos neste escopo é de apenas 22%.

Há, portanto, necessidade de destacar que mulheres podem e devem produzir tecnologia e ciência. Nossa história está permeada de figuras femininas que muito contribuíram para nosso avanço enquanto humanidade, como Hedy Lamarr, Marie Curie, Rosalind Franklin, Nise da Silveira e muitas outras. Mulheres não só são igualmente responsáveis pela evolução mundial como quebram diariamente estereótipos, avançando cada vez mais rumo à igualdade de atuação em todas as áreas.