Lissauer afirma que não está enfrentando o Governo

Diante dos vetos e da PEC da reeleição, o presidente da Alego reafirma independência da Casa


Recém-eleito presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), em fevereiro deste ano, o presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSB) comentou a situação pela qual o Legislativo tem passado junto com o Executivo, diante do embate que tem acontecido entre a Casa e o Executivo. Os vetos da governadoria são algumas das pautas que a Casa têm enfrentado e, em algumas ocasiões, derrubado. Outra questão que também paira na Alego é que ao trazer o posicionamento da Alego, contrário ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o presidente se está se posicionando contra uma das principais pautas do governo estadual, o que o presidente não vê como uma situação de embate.

Questionado se ele está comprando uma briga com o Governo estadual, o presidente da Alego afirmou que não está. “De maneira alguma estou comprando brigas com o governo. Fui eleito presidente da Alego dentro do ensejo de Independência dos deputados. E estou trabalhando neste propósito. No sistema democrático os três Poderes estão bem definidos”, afirmou Lissauer. O pessebista afirma que, se cada um fizer o seu papel, sem interferir no outro, a tendência é que “tudo transcorra na mais perfeita harmonia e quem sai ganhando sempre será a população”.

Vetos
Um dos vetos foi derrubado na última semana, quando o Plenário da Casa derrubou um veto parcial da Governadoria à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Segundo ele, a dotação da Alego, para 2020, deverá ser reduzida na próxima Lei Orçamentária Anual (LOA). A intenção é ajustar esse valor para se chegar a um número mais real. Na ocasião o presidente afirmou o Governo mandava o orçamento baixo,e a Assembleia jogava lá em cima e depois o Governo não cumpria o que mandou. “Mas essa prática continua e é isso que nós queremos quebrar. Para o ano que vem, nossa proposta é reduzir o valor do nosso orçamento. Dá para reduzir esse valor consideravelmente na LOA, calibrarmos algo em torno de R$ 90 a R$ 100 milhões, desde que o Governo cumpra integralmente”, afirmou.

Outro dos embates foi a PEC da reeleição que, na primeira votação, foi considerado uma derrota para o Governo Caiado. A PEC permite o presidente da Alego a ser reeleito e o outro embate foi quando o próprio Lissauer foi eleito, após uma união dos independentes na Casa. O governador tinha o nome de Álvaro Guimarães (Democratas) para ser o presidente, no entanto ele retirou o nome após um consenso interno pelo nome de Lissauer. 

Independência
De acordo com o presidente, na Assembleia há vários deputados que representam diferentes segmentos, de várias regiões do Estado, que têm livre arbítrio para discutir e votar contra ou a favor, logo, são independentes e trazem esta pauta à Casa, a qual Lissauer foi eleito e tem defendido. Para o presidente, com esta independência, “não há imposição nem do Governo nem da Mesa Diretora”. “Teremos matérias polêmicas que poderão ser derrubadas e outras que passarão, e assim é a democracia, isso não significa comprar briga com o governo”, afirmou.

Neste sentido, Lissaer também cita outro nome da política goianiense, o presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Romário Policarpo (Patriota), que também surgiu como debate da independência dos poderes.  “Tenho um bom relacionamento com o presidente Romário Policarpo”, comentou.

Lissauer enfatizou que os poderes precisam ser independentes para o bom funcionamento da democracia. “E esse sentimento de independência está se consolidando a nível federal, estadual e municipal”, analisou.

Futuro
O presidente da Casa despistou sobre uma possível candidatura ao Governo de Goiás, em meio aos embates contra o Executivo. Ele, porém, já afirma poder ser candidato à Câmara Federal em 2022. Um passo à frente, somente seria definido mais tarde. Segundo Lissauer, no momento, não é candidato ao Governo. “A política é muito dinâmica e 2022 está muito longe para eu fazer qualquer previsão. Mas afirmo que hoje, Governo não é o meu projeto político”, afirmou.

Uma vitória do presidente no município onde mantém sua base política, Rio Verde, Lissauer afirmou que não tem pretensões na cidade, porém, adianta que é oposição a atual gestão. O presidente pode se fortalecer ainda mais, caso saia vitorioso. “Temos um grupo forte com reais condições de disputar as eleições. Aprendi fazer política em grupo, não serei candidato a prefeito nas próximas eleições, mas estou com o nosso grupo em qualquer definição”, comentou.

Lissauer, porém, prevê uma ascensão do PSB, que está “trabalhando para montar diretório em todas as cidades da região”. “Iremos participar ativamente das próximas eleições”, disse o presidente da Alego, que acrescentou que a sigla deve apresentar uma chapa com “os melhores nomes para disputar a eleição”. 

O Hoje

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