Bolsonaro e Marcos Pontes experimentam chiclete goiano para astronautas

A convite do deputado federal Glaustin da Fokus, presidente recebeu em Brasília nesta quarta-feira sete estudantes do Sesi Canaã premiados pela Nasa


Depois de ganhar o maior prêmio do Torneio de Robótica da Virgínia Ocidental, diretamente da Agência Espacial Norte-Americana (Nasa), a equipe goiana Gametech Canaã foi parar no Palácio do Planalto, nesta quarta-feira (28), recebida pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes, primeiro brasileiro a embarcar em uma missão espacial. Os dois anfitriões experimentaram o chiclete de pimenta desenvolvido pelos jovens cientistas do Serviço Social da Indústria (Sesi).

Responsável pela articulação da visita, o deputado federal Glaustin da Fokus (PSC-GO) recordou seu passado no Sesi Canaã e reforçou seu apelo a Bolsonaro pela manutenção de investimentos no Sistema S. “Esses sete garotos saíram de Goiânia, de uma escola da qual fui aluno na minha juventude, e se tornaram campeões mundiais de robótica, à frente de gente grande, dos Estados Unidos, do Canadá e de outros 10 países”, disse. “Espero que essa garotada sirva de exemplo e que incentive mais crianças e adolescentes a despertarem interesse por ciência e inovação.”

Bolsonaro conheceu o chiclete de pimenta e suas propriedades de devolver o paladar e o olfato a pessoas em ambientes sem gravidade. “São tentativas como essa que, no meio do caminho, originam soluções transformadoras para a nossa sociedade”, comentou o presidente. “Talvez esse seja o caminho para resolver um problema enfrentado pelos astronautas. Então, a gente cresce a partir dessa curiosidade humana, dessa vontade de ir cada vez mais além. Isso é muito bom para nós brasileiros, porque o nosso potencial é enorme.”

Também ex-aluno do Sesi, o ministro recordou sua experiência como astronauta para ressaltar o potencial da invenção goiana. “Esse resultado me faz sentir bem demais, porque é uma dificuldade que a gente tem no espaço. Realmente, você não consegue sentir o gosto das coisas e até usa uma bebidinha especial para recuperar o paladar”, destacou Pontes. “Eu acredito que essa solução pode ser implementada pela Nasa. Dá para imaginar!”

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), Sandro Mabel, ressaltou a possibilidade de usar o chiclete com pimenta para devolver o sabor a pessoas com paladar reduzido, não apenas em viagens espaciais. “Fiquei impressionado pela rapidez dessa meninada em aprender. Eles descobriram uma solução que o mundo inteiro buscava”, afirmou.

Defesa do Sistema S
A equipe explicou a Bolsonaro e Pontes as propriedades de sua descoberta, mas, ao usar a palavra, o estudante Kairo Ceciliano, 16 anos, surpreendeu ao defender a preservação dos recursos que sustentam as nove entidades voltadas a educação básica, ensino profissionalizante, inovação tecnológica, assistência social, lazer e saúde. “Está sendo dito que o governo federal pode fazer cortes no Sistema S. Infelizmente, se isso acontecer, o Sesi vai perder muitos estudantes e professores. A nossa equipe, por exemplo, não teria sete alunos, mas provavelmente cinco. Seriam duas crianças sem a oportunidade de conhecer a ciência e a engenharia que o Sesi nos ofereceu”, argumentou.

Em resposta a Kairo, Bolsonaro garantiu que jamais permitiria que o contingenciamento de recursos prejudicasse a educação básica e o ensino médio. “Estamos tentando botar o Brasil nos eixos e existem coisas a corrigir no Sistema S, mas pode ter certeza de que não vamos mexer nas escolas”, ponderou. “Sabemos valorizar o sacrifício e o esforço de todos vocês.”

Os sete jovens cientistas superaram 70 grupos de 12 países para conquistar o prêmio da Nasa, em julho, em Fairmount, nos Estados Unidos. São seis meninos e uma menina, com idades de 15 a 17 anos. Eles desenvolveram durante 11 meses o “chiliclete”, uma goma de mascar com ingredientes de pimenta para auxiliar astronautas a sentirem o cheiro e o sabor dos alimentos.

Assessoria de Comunicação

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