Escritora goiana lança livro, "Quarenta e Seis Outonos e Um Rouxinol", em Quirinópolis

A obra, com 137 poemas, é um relato das memórias de sua infância no interior de Goiás, e de sua vida adulta como imigrante nos Estados Unidos


A goiana, Dalva Herzikoff, viaja para Quirinópolis, sua cidade natal, no interior de Goiás, para lançar seu primeiro livro de poesias Quarenta e Seis Outonos e Um Rouxinol. 

A obra, com 137 poemas, é um relato das memórias de sua infância no interior de Goiás, e de sua vida adulta como imigrante nos Estados Unidos. Sua primeira obra é dedicada a seus pais, Alfredo da Silva Campos e Cleuza Soares Campos. O livro é uma publicação da Deigo Editora em Campinas-SP.

Dr. Crispim A. Campos diz que “Dalva nos aponta, neste livro, como o binômio perder e achar podem ser ricas veredas de suas trajetórias de vida. Sua infância, seus professores, seus pais, o regime militar nos idos anos 60, o que convencionamos chamar de ‘os anos de chumbo’, no Brasil, a imigração para os Estados Unidos… Tudo isso fazendo parte das profundas transformações e metamorfoses que esses temas ou temáticas reverberaram em sua alma de menina, acrescida dos caminhos a ela inerentes e fecundamente vividos.

Dalva também nos indica seu universo denso, particularizado, detalhista, lírico e poético, como convém a uma goiana, brasileira, imigrante, acima de tudo, mulher, mãe, como que a evidenciar suas páginas repletas de fatos, anotações, reminiscências e memórias.

Portanto, se o Outono se caracteriza por ser a estação em que as folhas caem, certamente, aqui, Dalva canta todas as estações pelas quais passou, e, assim, como faz alusão ao rouxinol, canta as belezas e os encantamentos de todas elas. É o que nos propõe neste belo livro que os convido a apreciar, – fruto de uma sensibilidade de escrita, e, igualmente, de intensas lembranças. Uma boa leitura é o que desejo a todos vocês”.

Biografia
Nasci e me criei na pequena casa dos meus pais, em Quirinópolis, Goiás, onde as ruas de terra eram meu parque favorito. Minha avó materna foi parteira de um bebê de quatro quilos, a quem denominaram Dalva Campos. Dalva, cujo significado é: da manhã, aurora, ou mesmo, branca.

Meu pai era o Alfredo do caminhão. Quando ele não estava dirigindo nas estradas rurais, era inventor, músico e poeta. Minha mãe é a Nenê do Alfredo, uma senhora valente, dona de casa e negociante. Sou a terceira de uma grande prole, três irmãs e dois irmãos.

A poesia germinou em mim, desde a mais tenra idade, ao redor do fogão à lenha, onde nosso pai nos contava histórias. Além da influência poética e literária de meu pai, minha primeira professora do primário, Dona Geni Francisca Bailão (in memorian), e a professora de português da sexta série, Dona Neida Terezinha Ribeiro, certamente, constituíram personagens exemplares no que diz respeito ao legado de dedicação e amor à docência, o que empenhou a minha eterna gratidão.
       
Minha juventude foi cheia de surpresas. Fui eleita Miss Quirinópolis em 1986, e, ainda nos meados dos anos 80, fui radialista da Rádio Alvorada AM, e eleita apresentadora oficial do FESQUI, Festival Esperança e Música de Quirinópolis, o qual ocorria, anualmente, com competições entre talentos musicais com abrangência nacional. Essas lembranças são joias que adornam meu coração de profunda saudade.

Em julho de 1992, imigrei para os Estados Unidos, onde tive a oportunidade de continuar realizando meus sonhos. Hoje sou imigrante brasileira, mãe de Thalia, casada com James, moro em Redondo Beach na Califórnia.

Em 2011, com o falecimento de meu pai, o primeiro poeta que conheci, inspirei-me, voltei a escrever e realizar um sonho de duas décadas. Hoje escrevo as memórias que, um dia, vivi, no lugar onde nasci e me criei. Lugar onde, mesmo na velhice, ainda que eu não caminhe, e meu corpo me impeça, nem que seja em pensamentos, sempre voltarei.

Compartilhe

Comente: Escritora goiana lança livro, "Quarenta e Seis Outonos e Um Rouxinol", em Quirinópolis