Crônicas rio-verdenses: Instituto Moreira Guimarães

Histórias de quem é novo demais para contar histórias


O famoso "Moreira". Colégio que durante muitos anos foi referência em ensino aqui em Rio Verde. Lugar onde passei três anos, da sexta à oitava série. Colégio mantido pela Maçonaria. Um lugar que praticamente não se vê mais, onde ricos e pobres se misturavam e conviviam, digamos, "harmoniosamente".

O prédio onde o Moreira funcionava ainda existe. Se não me engano, existe lá um colégio municipal, mas confesso que não faço a menor idéia do nome do mesmo. É um prédio imenso, já bem antigo. No centro, uma quadra que se convergia, na hora do intervalo, no lugar mais importante do universo. Para lá migravam dezenas de moleques de calça jeans, loucos para bater uma bolinha. Mas nem sempre havia bola. Então qualquer coisa servia. Na maioria das vezes era uma pedra ou pedaço de tijolo. Ao fim do intervalo, lá ia a molecada suada para assistir ao restante das aulas, já com um odor bem desagradável.

No Moreira os refrigerantes, por medidas de segurança, eram vendidos em sacos plásticos, o que transformava a tarefa de beber uma coca algo difícil e bem menos higiênico.

Ali foi um lugar onde fiz muitos amigos, muitos que me acompanham até hoje.

Já no meu último ano, na minha oitava série, a prefeitura resolveu construir a Alameda Barrinha. Como as obras ficavam no meu trajeto para a escola, eu e vários alunos chegávamos para as aulas com os pés lotados de barro. Na época de chuva, a sala de aula se assemelhava mais a uma escola rural.

O Moreira tinha um chefão. Ou uma "chefona", se me permitem. Era a Lúcia Moni, senhora que dirigiu várias escolas aqui em Rio Verde, mas que marcou minha vida pelo período em que passamos juntos no Moreira.

Qualquer aluno, por mais encrenqueiro que fosse, temia a sala da diretora, pois a Tia Lúcia podia ser cândida como uma avó, mas cruel como um leão, além de ter um vozeirão típico dos parentes do ex-prefeito Paulo Roberto Cunha, que sob certas entonações, impunha respeito. Felizmente, por ser um aluno bem comportado, não tive o azar de conhecer o lado sombrio da Tia Lúcia.

Por Tizzo Neto

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