Cavalhadas de Goiás podem se tornar patrimônio imaterial

Governo estadual fará pedido ao Iphan


As Cavalhadas de Goiás podem se tornar Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. O pedido será entregue nesta segunda-feira (19/8) pelo governador Ronaldo Caiado e secretário de Cultura Edival Lourenço ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em Brasília. 
 
O documento evidencia aspectos históricos, estéticos e sociais das festas das Cavalhadas, realizadas há mais de 200 anos em Goiás. Além do governador e do secretário, os prefeitos de 11 municípios que sediam esses eventos tradicionais assinam o texto que solicita o reconhecimento do Iphan.
 
O pedido do governo detalha como, ao longo de dois séculos, as Cavalhadas se enraizaram no cotidiano das comunidades, consolidando-se como relevante expressão  para a compreensão da identidade e memória da sociedade brasileira. A instauração do processo cumpre o rito previsto no decreto nº 3.551/2000 e a resolução nº  001/2006 do Iphan.
 
A ideia de reivindicar o registro surgiu no lançamento das Cavalhadas 2019, em evento realizado no dia 29 de maio, no Palácio das Esmeraldas. A iniciativa tem apoio da superintendente do Iphan em Goiás, Salma Saddi e de representantes das cidades de Pirenópolis, Santa Cruz de Goiás, Palmeiras de Goiás, Posse, Jaraguá, Crixás, Hidrolina, São Francisco de Goiás, Santa Terezinha de Goiás, Corumbá de Goiás e Pilar de Goiás.
 
Segundo o governador Ronaldo Caiado, o reconhecimento do Iphan é merecido e muito importante para as Cavalhadas de Goiás por seu significado histórico. O secretário Edival Lourenço destaca que esses eventos tradicionais representam o que há de mais original na cultura goiana. Salma Saddi, superintendente do Iphan em Goiás, destacou a receptividade e o empenho da atual gestão do Governo de Goiás em buscar o registro. Presidente da Associação das Cavalhadas de Goiás, Mateus Félix, prefeito de Santa Cruz de Goiás, ressalta que o registro é fundamental para a manutenção das tradições.
 
Em 2019, o Estado apoiou a realização das Cavalhadas nos onze municípios. As festas ocorrem entre junho e setembro, movimentando as cidades e atraindo milhares de visitantes. O governo oferece todo apoio necessário para que o evento ocorra adequadamente nas cidades, como palanque, som, banheiro químico, segurança e infraestrutura.
 
Tradição
O cenário das Cavalhadas consiste em uma representação das batalhas entre cristãos e mouros que ocorreram durante a ocupação moura na Península Ibérica (século IX ao século XV). São dois exércitos com 12 cavaleiros cada, que durante três dias se apresentam, encenando a luta, ricamente ornada e com belíssimas coreografias. Junto a esta manifestação, encontra-se a presença dos Mascarados, personagens incontáveis que se vestem com máscaras e saem às ruas, a cavalo ou a pé, fazendo algazarras.
 
Entre uma região e outra, pequenas mudanças são percebidas nas Cavalhadas, porém, mantendo a mesma tradição e regra, sendo um evento que ocorre logo após os festejos do Divino Espírito Santo.
 
Registro
O pedido de registro das Cavalhadas de Goiás será inserido dentro do Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial. Por meio dele, se reconhece que um bem faz parte do patrimônio cultural da nação brasileira. O registro se efetiva por meio da inscrição do bem em um ou mais de um livro. 
 
No caso das Cavalhadas, a tendência é que, aprovado, o registro possa ser inserido no Livro de Registro das Celebrações (para rituais e festas que marcam a vivência coletiva do trabalho, da religiosidade, do entretenimento e de outras práticas da vida social) e/ou no Livro de Registro de Formas de Expressão (destinado à inscrição de manifestações literárias, musicais, plásticas, cênicas e lúdicas).

Compartilhe

Comente: Cavalhadas de Goiás podem se tornar patrimônio imaterial