Rede pública de Rio Verde possui 21 leitos de UTI com respiradores

Município tem cerca de 235 mil habitantes e já registrou oito casos confirmados do novo coronavírus


Considerada a quarta cidade mais populosa de Goiás, com mais de 235 mil habitantes, o município de Rio Verde, primeiro a registrar um caso do novo coronavírus (Covid-19) no Estado, tem 21 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) com respiradores, na rede pública, para atender possíveis pacientes de Covid-19 nos próximos dias, quando deve ser registrado o pico de casos da doença. Se também forem contabilizadas as vagas dos hospitais privados, o total de UTIs chega a 60. Neste caso, a quantidade de respiradores soma 65 equipamentos. Até o momento, entretanto, seis dos sete pacientes diagnosticados tiveram cura confirmada. 

No total, sete casos já foram confirmados na cidade e 21 estão em investigação. Até a tarde desta sexta-feira (3), seis pacientes já haviam recebido alta depois de curados e um permanecia internado na UTI no Hospital Santa Teresinha. Dos casos confirmados, três estão na faixa etária de 60 a 69 anos; 50 a 59 (1); 40 a 49 (1); 30 a 39 (1) e 20 a 29 (1). Na rede pública, nenhum dos leitos com respirador está ocupado. 

Médico integrante do Centro de Operações de Registro em Saúde, Wellington Carrijo explica que na rede pública existem 21 leitos com respiradores e que no momento todos estão disponíveis. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde da cidade (SMS), outro caso suspeito está internado no Hospital da Unimed, mas os resultados de exame ainda não foram divulgados. 

Rio Verde possui 16 Unidades Básicas de Saúde (UBS) com atendimento das 7h às 21h. A orientação, assim como em Goiânia, é que pessoas que tenham sintomas para possíveis diagnósticos de Covid-19 procurem inicialmente as UBSs, que estão com os horários estendidos. Para atendimento de urgência e/ou emergência, a orientação é se dirigir à Unidade de Pronto Atendimento (UPA), ou ao Hospital Municipal Universitário (HMU). 

A SMS disponibilizou também um call center 24 horas. O funcionamento é de um plantão médico que pode direcionar o paciente suspeito a uma unidade de saúde com auxílio, inclusive, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Desde quando foi lançado pela prefeitura da cidade, o telefone recebe uma média de cem ligações diárias. 

Equipe capacitada 
Antes mesmo de Goiás confirmar o primeiro positivo para Covid-19, o Hospital Santa Teresinha, em Rio Verde, já estava incluso na lista de 20 unidades consideradas aptas em Goiás para receber pacientes com suspeita de ter contraído o novo coronavírus. A lista, divulgada pela Associação dos Hospitais Privados de Alta Complexidade do Estado de Goiás (Ahpaceg) incluía unidades como Hospital do Coração de Goiás e Hospital Anis Rassi. 

Em 2 de março, a Secretaria Municipal começou a capacitar técnicos e profissionais ligados à área da saúde para que possam receber os pacientes com sintomas do novo coronavírus. O treinamento começou pelos funcionários do aeroporto e em seguida se estendeu às Unidades Básicas de Saúde (UBSs). 

Primeira confirmação do Estado 
O primeiro caso de Covid-19 em Goiás foi confirmado em Rio Verde no dia 12 de março e diz respeito a uma médica, de 65 anos, que esteve em um cruzeiro na Itália com pelo menos outras duas colegas de profissão, também residentes no Estado: uma anestesiologista de Anápolis e uma pediatra de Goiânia. A médica do Sudoeste do Estado teria realizado atendimentos antes de ser diagnosticada e ficou em isolamento domiciliar. 

Ela teve contato com outras 28 pessoas e, deste total, duas mulheres foram infectadas, com exames apontados como positivo pela Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO). Com quadro clínico considerado leve elas também cumpriram isolamento em casa. A primeira paciente confirmada do Estado recebeu alta no dia 22 de março, com cura clínica. 

No dia 17 de março, quando o 2º caso foi confirmado na cidade, a prefeitura decretou situação de emergência em saúde pública. O decreto, que foi assinado pelo prefeito Paulo Faria do Vale criou um Centro de Operações de Registro em Saúde para coordenar o monitoramento da situação. Na ocasião, o documento chegou a recomendar que festas familiares deixassem de ser realizadas por pelo menos 15 dias. 

Transmissão comunitária 
No dia 17, eram 28 casos monitorados como suspeitos. Em menos de dois dias após o decreto de emergência, os casos monitorados no município goiano já somavam 70. A primeira confirmação de transmissão comunitária ocorreu em 26 de março, com diagnóstico positivo de um bancário, de 33 anos, que foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da cidade. O paciente foi internado após sentir falta de ar. Ele não tinha relação com os outros cinco casos confirmados em Rio Verde, não tinha viajado para fora do País recentemente.

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