Pequenas empresas retornam com economia mais fragilizada

Diante do cenário atual, coordenador do Sebrae avalia que o faturamento do comércio tende a ser menor


Neste cenário de incertezas por conta do Covid-19, muitas pessoas não sabem o que irá acontecer nos próximos dias ou meses. Alguns setores do comércio e certas empresas estão retornando às suas atividades aos poucos depois do decreto estadual e dos decretos municipais liberando o funcionamento dos estabelecimentos com algumas restrições de segurança.

O coordenador da Regional Sudoeste II do Sebrae, Cláudio Laval, entende a retomada do comércio como benéfica para a atividade econômica. Entretanto, avalia que a economia estará mais fragilizada nesse período. “Isso porque muitos consumidores terão menos dinheiro para comprar e utilizar algum serviço. Enfim, haverá menos recursos girando”, conta. Diante da situação, o coordenador avalia que o faturamento das empresas que retornarem ao mercado tende a ser menor e a crise deve permanecer por algum tempo ainda.

Especialistas afirmam que o Brasil vive um momento de mudança de cultura e de novas tendências de consumo. De acordo com o coordenador regional, o reflexo da retomada comercial será diferente para cada empresário. “Um caso é diferente do outro e o dono do estabelecimento tem que rever seus planos de negócios. Se a pessoa reabriu a loja, ela deve saber quem é seu cliente e quem vai chamar a atenção”, observa.

Na opinião de Laval, é necessário que o retorno de alguns setores do comércio seja gradual e que haja muita negociação na questão do aluguel e na questão de preço de fornecimento, por exemplo.

No período de crise econômica, a orientação do Sebrae é para que o pequeno empresário negocie com fornecedores a questão de prazos e valores. “É um momento de necessidade de cooperação entre todos os elos da economia para que haja um reestabelecimento econômico”, ressalta.

Nesse momento, o Sebrae mantém o foco em apoiar as micro e pequenas empresas por meio da oferta de cerca de 100 cursos EAD gratuitos e trabalhando na orientação a distância. “A procura é grande pelo crédito, mas não é para criar uma falsa expectativa de que esse crédito é fácil e estará à disposição para todos. Por enquanto, isso não é a realidade. Temos que ter o pé no chão.”

Para ajudar pequenos empresários que sofrem as consequências da perda de faturamento, governos e instituições oferecem linhas de crédito. O Sebrae, por exemplo, assinou acordo com a Caixa Econômica Federal e a Goiás Fomento visando que a instituição possa garantir as operações de crédito para as micro e pequenas empresas.

Nesse processo, o coordenador regional explica que o Sebrae colabora no sentido de fazer assistência ao crédito. Logo, além de adquirir esse empréstimo, o beneficiário terá acompanhamento assistencial da instituição. “Isso porque não adianta conseguir o crédito e utilizá-lo na empresa de qualquer forma, sem saber se no dia de amanhã, o empreendimento está bem ou não”, comenta. “Por meio do nosso auxílio, o empreendedor alcança uma taxa maior de sucesso e de sobrevivência dentro da empresa. A situação é diferente quando não existe planejamento e nem a visão de um profissional que oriente na condução do crédito”, completa. Porém, se a pessoa e/ou empresa estiverem negativada, o coordenador lembra que não conseguirá obter o empréstimo.

O crédito é um recurso que pode ajudar a empresa a estender prazos de pagamentos aos fornecedores e clientes, além de dar uma sobrevida empresarial no período de crise, por exemplo. “Não podemos esquecer que o crédito não é um dinheiro a fundo perdido e um dia terá que ser pago. O empresário terá que absorver esse prejuízo.”

Por fim, Laval lembra que o desenvolvimento da economia depende dos desdobramentos no combate ao Covid-19 e as suas consequências. “É um cenário ainda novo para termos projeções de longo prazo”, avalia.

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