Maconha: descriminalizar ou não?

Assunto ainda gera muita polêmica


A descriminalização da maconha é um assunto bastante polêmico. Não faltam opiniões que defendam essa hipótese. A primeira linha de defesa seria que a maconha não tem potencial de causar problemas graves como o cigarro e o álcool. “A plantação de maconha teria muitas utilidades além da produção para uso próprio. Pode ser usado como analgésico”, diz o estudante H. Matos, 24 anos.

De acordo com a Psiquiatra Dra. Claudia Miguel da Conceição, a maconha pode causar problemas tanto quanto o cigarro e o álcool. “Só depende da quantidade a ser utilizada. Porque a pessoa costuma beber muito mais, fumar muito mais do que a maconha. Então a pessoa utiliza a maconha em menor quantidade do que usa o álcool e o cigarro. Mas se a quantidade for a mesma, o prejuízo é igual”.
 
    A psiquiatra afirma também que a maconha possui sim um efeito analgésico, quando indicada por um médico, mas é contra o uso. “O problema é que os pacientes dependentes da maconha se tornam tolerantes a ela. Então cada vez ele precisa mais e mais da droga para dar o mesmo barato. Quando ele começa a fumar um cigarrinho pequeno, já se sente tranqüilo. Existem outros recursos para isso, não precisa da maconha”.

A segunda linha de defesa da descriminalização é o argumento de que o tráfico de drogas veria seu fim com a alteração da lei. “Um dos principais fatores da utilização da maconha é por ser proibido. O prazer da juventude, do risco, nos faz sentir vivos”, conclui o comerciante G. Gomes, 43 anos.

O Delegado Regional da Polícia Civil Danilo Fabiano Carvalho e Oliveira, afirma que o Brasil não está preparado de forma nenhuma para a descriminalização da maconha. “O que devemos ter de mudança na Legislação é uma punição maior para os traficantes de drogas mais pesadas. Para um traficante de maconha, de 5 a 15 anos de cadeia é condizente. Teria de haver uma punição diferenciada”.

O delegado afirma ainda que o Brasil não possui culturalmente nem estruturalmente condições de que isso seja feito. “Se nós avançássemos mais em alguns aspectos como a educação, questões de família, ai sim poderia se pensar sobre isso”.

Por Isabella Leão Villas

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